Odigooogle Postado 26 de outubro de 2012 Denunciar Compartilhar Postado 26 de outubro de 2012 (editado) Li esta matéria agora e no ato pensei: seria esta a solução para os nossos problemas enquanto nação, inclusive os tributos loucos/extratosféricos e o lucro abusivo. O texto é curto e vale a pena ler, pois mesmo que não alcancemos algo parecido, quanto mais pessoas souberem melhor. Obs.: os grifos no texto são meus. O referendum islandês e os silêncios da mídia Os cidadãos da Islândia referendaram, ontem, com cerca de 70% dos votos, o texto básico de sua nova Constituição, redigido por 25 delegados, quase todos homens comuns, escolhidos pelo voto direto da população, incluindo a estatização de seus recursos naturais. Mauro Santayana Os cidadãos da Islândia referendaram, ontem, com cerca de 70% dos votos, o texto básico de sua nova Constituição, redigido por 25 delegados, quase todos homens comuns, escolhidos pelo voto direto da população, incluindo a estatização de seus recursos naturais. A Islândia é um desses enigmas da História. Situada em uma área aquecida pela Corrente do Golfo, que serpenteia no Atlântico Norte, a ilha, de 103.000 qm2, só é ocupada em seu litoral. O interior, de montes elevados, com 200 vulcões em atividade, é inteiramente hostil – mas se trata de uma das mais antigas democracias do mundo, com seu parlamento (Althingi) funcionando há mais de mil anos. Mesmo sob a soberania da Noruega e da Dinamarca, até o fim do século 19, os islandeses sempre mantiveram confortável autonomia em seus assuntos internos. Em 2003, sob a pressão neoliberal, a Islândia privatizou o seu sistema bancário, até então estatal. Como lhes conviesse, os grandes bancos norte-americanos e ingleses, que já operavam no mercado derivativo, na espiral das subprimes, transformaram Reykjavik em um grande centro financeiro internacional e uma das maiores vítimas do neoliberalismo. Com apenas 320.000 habitantes, a ilha se tornou um cômodo paraíso fiscal para os grandes bancos. Instituições como o Lehman Brothers usavam o crédito internacional do país a fim de atrair investimentos europeus, sobretudo britânicos. Esse dinheiro era aplicado na ciranda financeira, comandada pelos bancos norte-americanos. A quebra do Lehman Brothers expôs a Islândia que assumiu, assim, dívida superior a dez vezes o seu produto interno bruto. O governo foi obrigado a reestatizar os seus três bancos, cujos executivos foram processados e alguns condenados à prisão. A fim de fazer frente ao imenso débito, o governo decidiu que cada um dos islandeses – de todas as idades - pagaria 130 euros mensais durante 15 anos. O povo exigiu um referendum e, com 93% dos votos, decidiu não pagar dívida que era responsabilidade do sistema financeiro internacional, a partir de Wall Street e da City de Londres. A dívida externa do país, construída pela irresponsabilidade dos bancos associados às maiores instituições financeiras mundiais, levou a nação à insolvência e os islandeses ao desespero. A crise se tornou política, com a decisão de seu povo de mudar tudo. Uma assembléia popular, reunida espontaneamente, decidiu eleger corpo constituinte de 25 cidadãos, que não tivessem qualquer atividade partidária, a fim de redigir a Carta Constitucional do país. Para candidatar-se ao corpo legislativo bastava a indicação de 30 pessoas. Houve 500 candidatos. Os escolhidos ouviram a população adulta, que se manifestou via internet, com sugestões para o texto. O governo encampou a iniciativa e oficializou a comissão, ao submeter o documento ao referendum realizado ontem. Ao ser aprovado ontem, por mais de dois terços da população, o texto constitucional deverá ser ratificado pelo Parlamento. Embora a Islândia seja uma nação pequena, distante da Europa e da América, e com a economia dependente dos mercados externos (exporta peixes, principalmente o bacalhau), seu exemplo pode servir aos outros povos, sufocados pela irracionalidade da ditadura financeira. Durante estes poucos anos, nos quais os islandeses resistiram contra o acosso dos grandes bancos internacionais, os meios de comunicação internacional fizeram conveniente silêncio sobre o que vem ocorrendo em Reykjavik. É eloqüente sinal de que os islandeses podem estar abrindo caminho a uma pacífica revolução mundial dos povos. Mauro Santayana é colunista político do Jornal do Brasil, diário de que foi correspondente na Europa (1968 a 1973). Foi redator-secretário da Ultima Hora (1959), e trabalhou nos principais jornais brasileiros, entre eles, a Folha de S. Paulo (1976-82), de que foi colunista político e correspondente na Península Ibérica e na África do Norte. @Carta Maior: http://www.cartamaio...?coluna_id=5821 Editado 26 de outubro de 2012 por Odigooogle Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
JoeD Postado 26 de outubro de 2012 Denunciar Compartilhar Postado 26 de outubro de 2012 Ok... agora veja o tamanho do país, o nível médio de escolaridade da população... só isso já faz com que se veja como por isso em prática no Brasil seria utópico. Eles também estavam apenas protestando um absurdo. O Brasil precisa bem mais reformas do que uma correção no sistema bancário que abusa do povo. Mas o texto foi elucidativo. Meio tendencioso: muitos jornais deram notícias sobre isto. O britânico The Guardian foi um... Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Odigooogle Postado 26 de outubro de 2012 Autor Denunciar Compartilhar Postado 26 de outubro de 2012 (editado) Ok... agora veja o tamanho do país, o nível médio de escolaridade da população... só isso já faz com que se veja como por isso em prática no Brasil seria utópico. Eles também estavam apenas protestando um absurdo. O Brasil precisa bem mais reformas do que uma correção no sistema bancário que abusa do povo. Mas o texto foi elucidativo. Meio tendencioso: muitos jornais deram notícias sobre isto. O britânico The Guardian foi um... Concordo com você em tudo que disse. O que me motivou a postar esta notícia aqui foi mostrar que se a sociedade se levanta contra algo que ela pensa estar errado não há nada que a impeça. O Brasil é o que é porque o povo não tem consciência que ele deve mandar e não os políticos que eles elegem. Por causa desta falta de consciência cidadã das pessoas elas acabam só reclamando das coisas, mas não utilizam o poder que a democracia dá a elas pra mudar essas coisas, talvez por ignorância ou talvez por comodismo mesmo. Editado 26 de outubro de 2012 por Odigooogle Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
puding Postado 26 de outubro de 2012 Denunciar Compartilhar Postado 26 de outubro de 2012 (editado) Concordo com você em tudo que disse. O que me motivou a postar esta notícia aqui foi mostrar que se a sociedade se levanta contra algo que ela pensa estar errado não há nada que a impeça. O Brasil é o que é porque o povo não tem consciência que ele deve mandar e não os políticos que eles elegem. Por causa desta falta de consciência cidadã das pessoas elas acabam só reclamando das coisas, mas não utilizam o poder que a democracia dá a elas pra mudar essas coisas, talvez por ignorância ou talvez por comodismo mesmo. A politica de um pais, cidade e ou estado é o espelho do povo. Enquanto o povo viver na base da ignorancia, sem escolaridade, querendo se dar bem, a politica vai ser assim. A massa é satisfeita com o que tem, muitos nao tao nem ai e nem querem mudar (so sabem reclamar), é como voce disse, uma questao de conforto. Se muitos acham trabalhoso preencher uma fixa de emprego, o que dira uma mudanca radical? É mais facil mudar do ambiente que voce vive, do que tentar fazer os outros mudarem. Editado 26 de outubro de 2012 por puding Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
JoeD Postado 26 de outubro de 2012 Denunciar Compartilhar Postado 26 de outubro de 2012 Concordo com você em tudo que disse. O que me motivou a postar esta notícia aqui foi mostrar que se a sociedade se levanta contra algo que ela pensa estar errado não há nada que a impeça. O Brasil é o que é porque o povo não tem consciência que ele deve mandar e não os políticos que eles elegem. Por causa desta falta de consciência cidadã das pessoas elas acabam só reclamando das coisas, mas não utilizam o poder que a democracia dá a elas pra mudar essas coisas, talvez por ignorância ou talvez por comodismo mesmo. A politica de um pais, cidade e ou estado é o espelho do povo. Enquanto o povo viver na base da ignorancia, sem escolaridade, querendo se dar bem, a politica vai ser assim. A massa é satisfeita com o que tem, muitos nao tao nem ai e nem querem mudar (so sabem reclamar), é como voce disse, uma questao de conforto. Se muitos acham trabalhoso preencher uma fixa de emprego, o que dira uma mudanca radical? É mais facil mudar do ambiente que voce vive, do que tentar fazer os outros mudarem. Os dois falaram verdades. O triste é pensar que vcs dois, e também eu, somos cidadãos conscientes e achamos muitos como nós espalhados pelo Brasil. Só que o sistema é tão f*did* que não conseguimos mudar RAPIDAMENTE a realidade ao nosso redor. Aos poucos, eu até acredito em mudança. Leio em mensalão e penso: parece que está mudando. Mas só acredito a hora que as condeções virarem aprisionamento de fato, e os bandidos passarem um tempo atrás das grades. Até agora tá tudo muito lindo... mas será que vai dar cadeia mesmo? Condenar e deixar cumprir pena em mansão não tá com nada, né? Mas isso foi só um exemplo... meu ponto é: se olharem ao redor, verão que as coisas estão mudando... a passos bem lentos... mas melhor que nada. Infelizmente, fiz o que o puding falou: mudei de ambiente. Vivo fora do Brasil, e as vezes passo por aí por algumas coisas (visitas, trabalho, férias). No entanto, sempre me sinto incomodado com tudo que vejo. Acho engraçado observar o como nos últimos anos as pessoas adquiriram maior poder aquisitivo, porém a consciência consumidora é uma coisa de país subdesenvolvido. Pelos dois lados: quem vende e quem compra. Acho engraçado pensar no caso do leite: todo mundo está comprando mais... porém ao invés de se fabricar mais leite pra atender a demanda, eles sobem o preço! E quem pode, paga. História semelhante a do consumo de produtos premier. Voilà -> Apple. No entanto, se eu fosse ficar esperando o Brasil mudar pra eu me sentir menos culpado de ter uma vida melhor do que a população ao meu redor, ou sentir que estou pagando justamente por serviços, e/ou vendo meu dinheiro de imposto sendo bem investido... acho que eu já teria arrancado os cabelos e comido c*c*! Por mim, um shuffle poderia custar 5000 reais no Brasil... contando que a população mais baixa pudesse pagar este valor sem o menor estresse. Só que a gente sabe que nada é proporcional ou justo. Só me pergunto: será que o suposto boicote que vem sendo sugerido no fórum surtiria algum efeito? Duvido! Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
giorio Postado 26 de outubro de 2012 Denunciar Compartilhar Postado 26 de outubro de 2012 o texto é tendencioso e está errado. Pressão do neoliberalismo? No muito pode se falar em pressão do liberalismo clássico, porque o neoliberalismo, sem pejorativismos socialistas, é uma releitura daquela política, que busca ainda o respeito pela dignidade humana e seus direitos fundamentais. O ser humano faz besteira seja lá qual for a política econômica e social do Estado em que vive. Além do quê, o fato de ser referendado, apesar de dar um ar de poder originário, não podemos deixar de atentar para o fato de ser possível manipulação das massas pela hegemonia partidária atual, o qual macularia o ato. Então devemos dar ar de somenos importância a este, que, a princípio, e somente a princípio, vale. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
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